Desafios estratégicos na implementação do teletrabalho em uma instituição de educação brasileira: O caso do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco – IFPE

Descrição: O cenário de pandemia da COVID-19 impôs à modalidade do teletrabalho como estratégia de atendimento às demandas das instituições. No entanto, a proibição das aulas presenciais e adoção do ensino à distância ampliou o isolamento social, o que poderia impactar negativamente a relação ensino-aprendizagem. Nesse sentido, o objetivo do estudo consistiu em analisar os desafios estratégicos, tecnológicos e de capacitação profissional e suas consequências para o IFPE no desenvolvimento das atividades durante a pandemia do Covid 19 com a implementação do teletrabalho. Foi aplicada uma pesquisa de caráter qualiquantitativo, através de entrevistas e questionários semiestruturados para a coleta de dados, e investigado o período de atividades ocorridas entre 2020 e 2022. A pesquisa tem caráter descritivo e exploratório, e, também, pode ser caracterizada como estudo de caso. Os formulários foram aplicados pelo Google Forms, e a partir deles foram realizadas interpretações dos dados tabulados, visando compreender se o teletrabalho promoveu ruptura do paradigma tradicional criando alternativas à realidade contemporânea. Para tratar os dados, foi utilizado o Statistical Package for the Social Science, versão 2.0. O universo de pesquisa contemplou docentes, técnicos administrativos e discentes. A Tabulação Cruzada foi a técnica de natureza quantitativa escolhida para análise. Os resultados revelaram que dentre os que recebiam até 1 salário, 24,4% apresentaram dificuldade de adaptação, apesar de possuírem boa internet. Por sua vez, 100% dos respondentes das categorias analisadas possuíam algum tipo de acesso que viabilizaram as atividades remotas. Contudo, tal disponibilidade não valida a operacionalização eficaz da atividade remota. Na perspectiva dos docentes, constatou-se que estes possuem ambiente reservado para dedicação às atividades remotas, destacando o papel relevante da condição socioeconômica na adaptação ao ambiente adequado à realização de atividades acadêmicas. Nessa categoria 93,7% se adaptaram total ou parcialmente. Já os achados referentes aos técnicos administrativos indicaram que 100% conseguiram se adaptar ao teletrabalho, mesmo que com limitações e dificuldades, estas indicadas pelos técnicos com idade superior a 55 anos, que preferem a modalidade presencial. Aqueles com renda superior a 7 salários-mínimos apresentaram maior tendência de adaptabilidade, indicando que a renda é uma variável que impacta positivamente ao modelo de teletrabalho. Os resultados evidenciaram falta de interação social e equidade tecnológica no processo ensino-aprendizagem. Além disso, foi percebido que aqueles com menor atualização sentiram mais o impacto da mudança do ensino presencial para o ensino remoto emergencial em relação aos atualizados às tecnologias atuais, o que reforça a necessidade de formação continuada promovida pelas instituições de ensino, para diminuir a distância formativa entre os servidores em atividade. Tal qual foi observada a quebra de um paradigma quando foi perguntado sobre a possibilidade de adoção da modalidade híbrida, parte presencial e parte remota, a ampla maioria de todas as categorias se posicionou como favorável a essa hipótese.